domingo, 21 de fevereiro de 2010

Regulando? Sai dessa vida . . .


Desde que me afastei da dança do ventre, pelos motivos que as senhoritas bem conhecem, tive contato com uma série de outras atividades estimulantes.
Muitas dessas modalidades, ainda no âmbito da educação corporal ( digamos assim, para delimitar a área de estudo) não pretendem subjugar o praticante de suas técnicas de tal maneira a ponto de incluir qualquer tipo de código de conduta junto com o manual.
Tudo bem, rola um "manual de etiqueta".
No entanto, até mesmo no rígido meio das artes marciais existe equilíbrio dinâmico: o treino consiste no domínio de si mesmo. Todo bailarino sabe que na nossa condição isso não é diferente.
Só conseguimos obter sucesso e felicidade quando nos conhecemos, temos consciência e domínio de nós mesmos.
Lao Tsé diz que o inteligente sabe muito dos outros e que o sapiente conhece muito de si mesmo.
Nós buscamos sabedoria, ou não?
Ok, Samya Ju - afinal o que a senhorita quer dizer com tudo isso?
Muito bem, ontem me lembrava do quanto busquei conhecimento fora de mim. Claro que é importante.
Mas o que me fez uma boa bailarina estava o tempo todo aqui dentro. Quando perdemos a conexão com nossa opinião sobre nós mesmas, nossos desejos, nossa confiança em nosso potencial - tudo desaba. Tornamo-nos seres humanos pouco interessantes e claro: bailarinas pouco interessantes também - por mais que estudemos e tenhamos um repertório de 1573 passos atualizados.
Fazemos shows e mais shows, aulas e mais aulas, compramos roupas lindas. Não obtemos sucesso e nos perguntamos: o que há de errado comigo?
Ainda mais inseguras e ansiosas- e quanto mais inseguras, mais tentamos agradar aos outros e esquecemos de nós mesmas.
Uma dica: é muito semelhante ao que ocorre naqueles namoros péssimos, em que a mulher se adapta para agradar a um sádico que procura uma "princesa" de contos de fadas. . .
Menina, acorda! Comece a se dar valor e todo mundo vai ver como você é o máximo. Inclusive você mesma.
E daí meu bem, fica tudo tão gostoso . . .

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carnaval



















Bom dia,



Estou de volta à Piracicaba, depois de alguns dias de exílio. De volta ao estúdio e aos compromissos que dependem de mim (ou dos quais dependo?). O que importa é a confiança e o ânimo com o qual me dedico às velhas tarefas deste - agora sim! - novo ano de 2010. Não é à toa que a gente deixa para começar tudo depois do Carnaval. Faz todo sentido: tudo aquilo que desejamos abençoar com abundância - a abertura é feita em grande estilo, com toda extravagância, luxo e falta de decoro que acompanha grandes banquetes.
Mais do que isso: vivemos enfim! Depois de todas aquelas festas de fim de ano, ano novo e toda aquela burocracia (que não deixa de ser adorável). Pelo menos no Carnaval podemos sucumbir às nossas próprias loucuras pagãs.
Mesmo que elas incluam "bizarras noites" para o período carnavalesco: ar condicionado, ensaios para o Mercado Persa, comics do Batman, walk arounds por SP vazia e cinema.
Que delícia!

:-D

PS.:
Por falar nisso, deixo beijos carinhosos para a amada Nagla Yacoub e a equipe com a qual tenho o prazer de dançar este ano. Muito obrigada à Rhazi por nos receber em seu aconchegante estúdio de dança.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Despertar


Então, amigas. Acordei hoje de manhã com um impulso tremendo de partilhar com vocês esse momento na minha vida.
Nos últimos dois meses fui tomada por uma onda criativa que me trouxe muita energia e vitalidade. Exigiu uma alta dose de coragem para enfrentar mudanças.
Tenho certeza de que vocês sabem do que estou falando, reconhecem essa sensação nos mínimos detalhes conforme a descrevo, embora dêem a ela nomes diferentes. Talvez cada uma de nós encontre esse "destino" de formas distintas e por isso mesmo tenhamos essa dificuldade em nomear, categorizar e definir o nome do fenômeno.
Me parece que o espírito humano encontra um momento na vida em que deixa de ser ele mesmo para assumir o propósito de se encaixar no mundo. O fenômeno "to fit", "to suit" é normal - claro que é adequado. Todos buscamos equilíbrio: o tão sonhado, elogiado, aclamado e blablablado romance entre os dicotômicos yin e yang.
Até que a gente passa dos 15 anos e amadurece as fibras musculares, o coração ama pela primeira vez - apaixona, desapaixona mas continua amando mesmo sem querer mais. O corpo pede outro corpo. Somos mais complexos do que apenas duas partes, somos muitas partes.
Entendemos que não existe equilíbrio, a não ser aquele de um segundinho breve entre um passo e outro: caminhando . . .
Por essas e outras, algo me diz que: é melhor continuar caminhando.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

personagens sufocados: minha dançarina


Ahhhh, é tão bom quando a gente se reconcilia com aquela famosa "odalisca" ( a tal escrava sexual!!!!) que pairou opressiva sobre o seu espírito livre e isadoresco de bailarina ao longo dos anos.
É tão bom sentir-se segura para desafiar essa dançarina a finalmente expressar algo, após tanta resistência e convidar-se a aprender com ela. Sua sabedoria ancestral, quase instintiva de dançar não justifica nada, nem mesmo sente necessidade de explicar muita coisa.
É um mundo de gazal, organza, moedas douradas e luz âmbar. Sombras e mais nada.
A música é simples, a doação é sincera - a única ordem presente reconhece que não há escravos, mas se alguém reina nesse mundo . . . eu me rendo!
- Poderosa odalisca, reconheço suas habilidades : jamais vou te proclamar escrava novamente!
:-D