Particularmente, sou movida a dois extremos de trabalho bem conduzido: improviso ou trabalho coreogáfico elaborado. No primeiro caso a segurança é substituída pela delícia de aventurar-se em suas próprias previsões lógicas com relação à musica.
Já na coreografia - é magnífico enxergar a música com os olhos de um coreógrafo excepcional. Quem já teve o prazer de trabalhar com algum sabe o que digo.Com direção, podemos ser a melhor bailarina que pudermos ser.
Interpretando a coreografia de outra pessoa, interpretamos sentimentos fora do nosso mundo interior (da improvisação). É preciso conhecer, mergulhar e reinterpretar os movimentos de acordo com as instruções do artista que os uniu.
Agora, vamos voltar um pouquinho para os primeiros passos, porque tenho a impressão de que comecei essa conversa pelo final.
Há algum tempo rendi-me à praticidade dos métodos americanos. Afinal, tive oportunidade de trabalhar com um grupo de alunas - não sei se representativo do padrão da cidade - mas alunas com muita dificuldade. Confesso que fiquei muito assustada no primeiro ano de trabalho aqui em Piracicaba. Até porque eu ainda viajava bastante para ministrar aulões em outras cidades e encontrava realidades bem diferentes.
Eu percebi que o método escolhido pelo meu corpo e meu coração: o delicioso, intuitivo, gingado jeitão árabe teria de ser substituído.
Naquele período (2005-2006) eu estava "normatizando" o que chamava carinhosamente de "técnica egípcia de quadril" - conjunto dos estudos de meus VHS P&B (Graças à indicação do querido Omar Naboulsi) e o principal : das atualizações iniciadas por Mme. Raqia Hassan aqui no Brasil em 2000 e um desenrolar contínuo de estudos até a primeira vinda de Randa Kamel em 2005. Foi o que salvou meus joelhos de uma aposentadoria precoce. Mas depois eu conto essa história, afinal isso aí mudou a dança de todo mundo - vocês estão "carecas de saber".
Agora imaginem, ter que voltar para o espartano método americano - com modificações é claro - . . . mas eu sofri, meu corpo sofreu. As alunas aprenderam, isso é o que importa.
Só que sou teimosa e de uma coisa eu não abro mão: meu método jamais negligenciou o que considero o mais importante para uma bailarina - seja ela de clássico, flamenco, dança do ventre, axé ou sei lá o quê: Comunicação.
Meu posicionamento é totalmente a favor do ensino da dança envolvendo estímulos de interpretação e musicalidade - Como nos esclareceu a inigualável Mme. Farida Fahmi: "você não pode "deseducar" o corpo e o ouvido de seu aluno, obrigando-o a realizar um movimento que não está na música. Todo movimento precisa de motivação".
Parece muito óbvio, todo mundo sabe disso. Mas observem as aplicações práticas: quantas alunas vocês já receberam que não conseguem reagir aos estímulos musicais? Será que é porque ela passou cinco anos dentro de uma sala de aula em que a professora estava constantemente berrando junto com qualquer música pop? Pra animar, sabe? Ou os famosos 7 e 8 nos compassos de 4, 6 e 10 tempos da música árabe.
Volta na discussão proposta por Hossan Hamzy? Não, minha teimosia é muito pior. Não basta a música, não basta o movimento. Tudo tem que ser apresentado em conjunto: expressão, combinação de braços, dinâmica. Ah, o confuso método árabe? Me perdoem, senhoras e senhores. Na minha humilde visão é o completo método árabe.
Assim, uma aluna com boa conscientização corporal aprende os movimentos básicos em poucos meses e pode se dedicar ao desenvolvimento artístico de sua técnica.
Porque é muito triste quando alguém de procura e diz: "Danço há 5 anos mas não sei "juntar"". E quando você vai analisar, passaram 5 anos vendendo partes incompletas pra ela. Se fosse um móvel ela teria agora umas 10 mesas com 2 ou 3 pés, armários desmontados porque não há parafusos. A moça já começa a achar que ela é o problema, sabe?
Continuo acreditando que facilitar demais acaba dificultando, além de insultar a inteligência . . .
Já na coreografia - é magnífico enxergar a música com os olhos de um coreógrafo excepcional. Quem já teve o prazer de trabalhar com algum sabe o que digo.Com direção, podemos ser a melhor bailarina que pudermos ser.
Interpretando a coreografia de outra pessoa, interpretamos sentimentos fora do nosso mundo interior (da improvisação). É preciso conhecer, mergulhar e reinterpretar os movimentos de acordo com as instruções do artista que os uniu.
Agora, vamos voltar um pouquinho para os primeiros passos, porque tenho a impressão de que comecei essa conversa pelo final.
Há algum tempo rendi-me à praticidade dos métodos americanos. Afinal, tive oportunidade de trabalhar com um grupo de alunas - não sei se representativo do padrão da cidade - mas alunas com muita dificuldade. Confesso que fiquei muito assustada no primeiro ano de trabalho aqui em Piracicaba. Até porque eu ainda viajava bastante para ministrar aulões em outras cidades e encontrava realidades bem diferentes.
Eu percebi que o método escolhido pelo meu corpo e meu coração: o delicioso, intuitivo, gingado jeitão árabe teria de ser substituído.
Naquele período (2005-2006) eu estava "normatizando" o que chamava carinhosamente de "técnica egípcia de quadril" - conjunto dos estudos de meus VHS P&B (Graças à indicação do querido Omar Naboulsi) e o principal : das atualizações iniciadas por Mme. Raqia Hassan aqui no Brasil em 2000 e um desenrolar contínuo de estudos até a primeira vinda de Randa Kamel em 2005. Foi o que salvou meus joelhos de uma aposentadoria precoce. Mas depois eu conto essa história, afinal isso aí mudou a dança de todo mundo - vocês estão "carecas de saber".
Agora imaginem, ter que voltar para o espartano método americano - com modificações é claro - . . . mas eu sofri, meu corpo sofreu. As alunas aprenderam, isso é o que importa.
Só que sou teimosa e de uma coisa eu não abro mão: meu método jamais negligenciou o que considero o mais importante para uma bailarina - seja ela de clássico, flamenco, dança do ventre, axé ou sei lá o quê: Comunicação.
Meu posicionamento é totalmente a favor do ensino da dança envolvendo estímulos de interpretação e musicalidade - Como nos esclareceu a inigualável Mme. Farida Fahmi: "você não pode "deseducar" o corpo e o ouvido de seu aluno, obrigando-o a realizar um movimento que não está na música. Todo movimento precisa de motivação".
Parece muito óbvio, todo mundo sabe disso. Mas observem as aplicações práticas: quantas alunas vocês já receberam que não conseguem reagir aos estímulos musicais? Será que é porque ela passou cinco anos dentro de uma sala de aula em que a professora estava constantemente berrando junto com qualquer música pop? Pra animar, sabe? Ou os famosos 7 e 8 nos compassos de 4, 6 e 10 tempos da música árabe.
Volta na discussão proposta por Hossan Hamzy? Não, minha teimosia é muito pior. Não basta a música, não basta o movimento. Tudo tem que ser apresentado em conjunto: expressão, combinação de braços, dinâmica. Ah, o confuso método árabe? Me perdoem, senhoras e senhores. Na minha humilde visão é o completo método árabe.
Assim, uma aluna com boa conscientização corporal aprende os movimentos básicos em poucos meses e pode se dedicar ao desenvolvimento artístico de sua técnica.
Porque é muito triste quando alguém de procura e diz: "Danço há 5 anos mas não sei "juntar"". E quando você vai analisar, passaram 5 anos vendendo partes incompletas pra ela. Se fosse um móvel ela teria agora umas 10 mesas com 2 ou 3 pés, armários desmontados porque não há parafusos. A moça já começa a achar que ela é o problema, sabe?
Continuo acreditando que facilitar demais acaba dificultando, além de insultar a inteligência . . .
Nenhum comentário:
Postar um comentário