terça-feira, 3 de novembro de 2009

Descoberta

Sabe que percebi uma coisa muito interessante sobre a dinâmica das relações humanas ( e felinas) na minha vida. Quanto mais sinceramente sou, falo, expresso e danço plenamente, mais gostoso fica. Mais amor eu recebo.
Anos atrás eu pensava que deveria ser muito certinha e controlada para evitar confrontos - desagradar as pessoas com minha presença, com minha dança.
Opiniões politicamente corretas podem "harmonizar" muito bem com a maquiagem certa, a roupa bem escolhida. Tipo um programa de TV em que trocam todo o guarda-roupa da vítima feliz, cercada por stylists enlouquecidos.
Falando francamente, no meu caso acho que era uma insegurança fd%*%*%*, entendeu?
Enfim, hoje em dia eu percebo que quanto mais a gente permite ser do jeitinho que a gente é, mais bonito fica. Até quando fica feio.
O primeiro insight veio assistindo a Dina, ela mesma. Vi um vídeo em que ela estava linda, perfeita. Roupa elegante, cabelo bem melhor, corpão aprimorado, giros supremos. Mas não sei . . .voltei à Monte Carlo - Dina em Monte Carlo obaaaaa!, aquelas roupas terríveis, aquele cabelo estranho, maquiagem digamos, ah deixa pra lá. Mas que tesão de dançar essa mulher tinha. Como ela era deliciosamente imperfeita . . . e tão original nas suas escolhas de leitura. Uma Dina apaixonada pela música. Até sob os olhares de . . . (?) de uma Amani libanesa que não percebia que estava sendo filmada.
Mas eu nem me comparo à super Dina, pelo amor de Deus!
O que me bateu fundo pra comprovar a teoria foi uma lembrança: escala de sábado na casa de chá. Sabe aquele dia que você tá literalmente atacada, exagerada?Tá dançando como se aquele dia fosse o último?
Foi esse dia, nos idos de 2002, 2003 . . .
Eu entrei quebrando tudo numa música clássica, sem censura nenhuma, pirando.
Foi a primeira vez que consegui esquecer de tudo, ao invés de travar quando o Habibi entrava na sala pra tocar snujs.( É como aquele respeito que temos pelos professores da gente. Dá uma travadinha básica na presença dos mestres. O mesmo me acontecia nas aulas da Lulu)
Quando eu saio é que me lembro: Ai, vou tomar bronca do Habibi!
Minha surpresa: " Samya, woooow!muito bom" - um elogio empolgado.
Uma nota importante de direção para o meu trabalho. Não é qualquer opinião.

Minha descoberta foi essa. Ontem me lembrei disso ao fazer uma apresentação extremamente relaxada, sem pretensões de perfeição. Sabem o que aconteceu? Elogios sinceros e empolgados.
Mas o mais imporante: eu fiquei extremamente satisfeita com a bailarina Samya Ju.

2 comentários: