terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Piracicabana de coração

Vou contar pra vocês uma coisa bonita.
Dia 13 de dezembro foi a abertura oficial da nova sede da Companhia Estável de Dança (Cedan) de Piracicaba.
Pra resumir: é uma conquista que me emociona demais por diversos motivos.
A Cedan tem como objetivo incentivar a prática do balé mantendo um corpo de baile amador permanente e possibilitar a formação desses bailarinos, tanto prática quanto teórica.
Meu envolvimento com o ballet clássico é o seguinte: apesar de ter nascido em Campinas, minha "ballerina" foi treinada em Ribeirão Preto, na academia Garima Augusta.
Quando mudei para Piracicaba, ainda no interior de São Paulo tive oportunidade de entrar em contato com um riquíssimo ambiente, muito próspero às artes cênicas. Aqui nesta cidade pude estudar teatro, música e dança com profissionais excelentes. E graças ao respeito e carinho que os artistas recebem aqui, sempre tivemos espaço para exercitar nossa arte. Estamos falando de Samya Ju aos 15, 16 anos.
Então, Piracicaba foi o lugar em que acumulei muito conhecimento, como uma esponja absorvendo informação. Graças à qualidade da informação que foi oferecida, quando desabrochei como artista, parecia que tudo vinha na hora que precisava. Resultado de uma educação prática e de uma vivência intensa entre artistas.
Em nenhuma outra cidade tive acesso a um teatro - como o Teatro Municipal daqui - e pude acompanhar de perto ao desenvolvimento de espetáculos sendo transportados para o palco. Observando esses profissionais na "lida" mesmo, sem o glamour que acompanha a imaginação de muita gente, tive a chance de me pegar naquele momento na coxia: "Como eu amo esse negócio!".
Hoje percebo o quanto minha educação foi privilegiada.
Em 2003, já em São Paulo, acompanhei de perto o desespero de minhas colegas ao lidar os prazos rígidos e custos altos das produções realizadas em qualquer teatro que você consiga agendar seu espetáculo pedindo e até implorando pela data.
Quando voltei pra cá, em 2006 a cidade estava diferente. Em ebulição, contava com espaços melhores para o desenvolvimento das artes. Porém a dança . . . estranhamente tudo muito quieto. Afinal, vamos combinar: para treinar bailarinos na rígida disciplina do ballet clássico, não dá pra improvisar, fazer no chão de cimento no meio da praça. Sejamos sensatos - precisamos ser caprichosos com uma infra-estrutura mínima (piso flutuante, linóleo básico) que proteja as articulações desafiadas até o limite .
Enfim, no último domingo eu vi um "projeto-sonho" que se tornou realidade. Agora temos mais que um espaço, dedicado à dança de Piracicaba. É a sede da dança de Piracicaba.
Não vou ficar tecendo sobre as pessoas pra não ficar blabalbalbla pra vocês.
Convido vocês a comemorarem comigo. Afinal são conquistas como esta que me inspiram a aprender e sonhar. E adoro dividir isso com vocês.

Um comentário:

  1. Oi Samya,

    Não nos conhecemos pessalmente, mas lembro bem de palavras de muita admiração de duas colegas de trabalho, (na época) quando ainda trabalhava na Aluaha, sobre seu trabalho.

    Hoje moro no interior, em Atibaia, e estou apaixonada pelas diversas formas de felicidade que a vida me trouxe. Quando li o seu texto fiquei me imaginando aqui, seguindo os passos vitoriosos da arte no interior.
    Sucesso para a nova sede de dança de Piracicaba e obrigada por dividir conosco.

    beijos

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