segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quem você quer ser?

Bom dia,
"Boa ou boazinha?" - Eu te pergunto, ainda com o gole do meu chafé amargo se espalhando no céu da boca.
De alguém que realmente parece ter nascido com dano cerebral de tão boazinha que é, que muitas vezes desperta uma desconfiança absurda porque tem umas reações de princesa do Walt Disney no mundo real, e toma decisões administrativas que faz com que as pessoas sensatas levem as mãos à cabeça - com aquele olhar desesperado de OOOOOhhhhhhh noooooooooooo!
Se você é muito sortuda mas não gosta de confiar neste recurso sempre, se você gosta de se tratar muito bem, se dar valor e sabe que é boa no que faz. Mesmo sendo esse poço de ternura - aprenda cedo ou tarde que há abutres aproveitadores sem nenhum talento sendo instruídos neste exato momento a viver às custas de gente como você. Você quer continuar interpretando o papel dos restos?
Ou fazendo todo o trabalho e entregando ao outro para assinar e sair na capa? Como você se sente no fim do dia, do mês e do ano? Seja sincera consigo mesma. Não precisa contar pra ninguém.
Pare de reclamar no cabeleireiro dizendo que ninguém presta atenção ao seu currículo, ele vai responder o que sua mãe te responde. Você não vai sair do lugar e ele ainda vai te convencer a deixar mais R$200 do seu suado em algum tratamento irrelevante nesse ponto da sua vida.
Não vou dar nenhum conselho. Cada um tem seu caminho, no meu caso demorou pra eu tomar consciência de que ser boa para minhas alunas não é emprestar roupa, nem livrar ela da multa da mensalidade.
Tenho que ser uma boa administradora para manter a escola, uma boa educadora para garantir que elas aprendam e um ser humano equilibrado para meu próprio bem.
Essas lições doem mais do que aqueles treinos antigos de ballet. Lágrimas doídas rolam quando a gente percebe que nossa ingenuidade pode ter conduzido a uma desvalorização total.
Aí a gente precisa crescer, né?
Realmente algumas pessoas são especiais e compreendem seus esforços - não ficam mimadas nem acomodadas. Mas 90% da população, gente boa da melhor qualidade, fica frouxa e perde completamente o estímulo.
Daí eu me pergunto, e aqueles 10%? Se eu não tivesse mimado . . .
Pelo sim pelo não, nem fico me torturando - concluo que é melhor apertar pra todo mundo, principalmente pra mim. Sem dó nem piedade, afinal decidi ser boa.
E você?

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